Um biguá (Nannopterum brasilianus) voltou à natureza depois de resgatado em um canal em Praia Grande (SP) e reabilitado pela equipe do Centro Operacional Aiuká SP (COP Aiuká SP). A ave, na fase juvenil, estava abaixo do peso para os padrões da espécie, com apenas 750 gramas.
Os primeiros cuidados incluíram hidratação e aquecimento, já que o biguá estava encharcado. Ao contrário de outras aves aquáticas, essa espécie não apresenta a glândula uropigiana. Localizada na região caudal, essa glândula secreta uma substância gordurosa, espalhada pelo restante do corpo com o bico da própria ave, impermeabilizando as penas e auxiliando na termorregulação. Essa adaptação impede o encharcamento das penas em aves aquáticas e ajuda a entender o porquê das aves não se molharem, mesmo que fiquem desprotegidas durante uma chuva. Como o biguá não possui esse órgão, abre as asas para se aquecer e secar-se.
Durante os primeiros dias de cuidados, a ave foi hidratada e alimentada com uma papa especial. Passado esse período, passou a se alimentar voluntariamente com pequenos peixes. Sua soltura ocorreu no último dia 24, depois de recuperado e anilhado. O anilhamento é um procedimento adotado para estudos de conservação das espécies animais.