Uma missão vinda da Etiópia conheceu as ações da Aiuká para o combate à Influenza Aviária Altamente Patogênica (IAAP). Doença de elevada importância socioeconômica, a IAAP ou H5N1 foi primeiramente diagnosticada em aves silvestres no Brasil em maio de 2023. A delegação esteve no Brasil para fazer um intercâmbio de experiências em Saúde Única com foco na IAAP e em segurança alimentar e, no dia 10 de junho, visitou a matriz da Aiuká, sediada em Praia Grande (SP).
“Nosso objetivo, dentro da nossa expertise como empresa respondedora de emergências, é justamente conseguir trazer a nossa capacidade de gestão para qualquer tipo de cenário de incidente, seja ele de caráter ambiental com características naturais, poluidoras ou mesmo zoosanitárias, como é o caso da influenza aviária”, comenta a supervisora de operações de resposta à fauna da Aiuká, Mirella Lauria D’Elia. “Temos plasticidade para aplicar a gestão do incidente em qualquer tipo de cenário e, assim, contribuir com diversas organizações em diferentes instâncias, seja no âmbito privado ou público, e integrar-nos ao Comando da emergência para colaborar da maneira mais assertiva possível para conservação da biodiversidade nessas esferas, que são múltiplas no contexto da Saúde Única”, explicou.
Para a diretora da Aiuká, Valeria Ruoppolo, a experiência da Aiuká em quase 15 anos de atuação em emergências ambientais é o que proporciona essa fluidez com a crise zoosanitária. Essa expertise foi colocada à disposição do governo do Estado do Rio de Janeiro, que contou com a colaboração dos profissionais da Aiuká para a construção do Plano de Contingência para Influenza Aviária Altamente Patogênica do Estado do Rio de Janeiro, o primeiro do Brasil elaborado em nível estadual.
De acordo com Mirella, esse Plano começou a ser discutido em janeiro de 2023, antes mesmo da ocorrência em fevereiro do mesmo ano do primeiro caso de uma ave silvestre infectada no Uruguai. “Quando houve a primeira ocorrência de ave silvestre positiva para IAAP em maio no Brasil, no estado do Espírito Santo, nós, no Rio de Janeiro, já havíamos avançado estrategicamente nas discussões”, contou. De acordo com ela, a antecipação da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (SEAPPA/RJ) – na pessoa da coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Avícola, Valquíria Côrtes – foi crucial e contribuiu não apenas para o Rio de Janeiro, mas para o intercâmbio de informações com colegas da defesa sanitária animal de outros estados. “A primeira versão do plano foi lançada no mesmo mês do primeiro caso, algo inédito resultante da cooperação de diversos atores, disse. A segunda versão revisada do Plano, que também teve a colaboração da Aiuká, deve ser divulgada ainda neste ano.
A colaboração da Aiuká à construção do Plano do Rio de Janeiro foi apresentada à missão durante a visita. A delegação era formada por participantes do Ministério da Irrigação e Terras Baixas da Etiópia, da equipe técnica do Projeto de Resiliência de Meios de Subsistência nas Terras Baixas (LLRP II) daquele país e por especialistas em agricultura do Banco Mundial em Adis Abeba e em Washington. Também integravam o grupo profissionais das Secretarias Estaduais de Agricultura e Abastecimento (SAA), de Meio Ambiente, de Saúde, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral e da Defesa Agropecuária (órgãos da SAA), além de profissionais que atuam no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
I Fórum Estadual de Influenza Aviária de São Paulo
A Aiuká participou do I Fórum Estadual de Influenza Aviária, realizado pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo no dia 7 de junho em São Paulo. Na ocasião, a Aiuká compartilhou a experiência adquirida na construção do Plano de Contingência para Influenza Aviária Altamente Patogênica do Estado do Rio de Janeiro. “Nesse evento, nós nos colocamos à disposição para fortalecer a rede de enfrentamento e colaborar com a formulação do Plano de Contingência para IAAP do Estado de São Paulo. Considerando as dimensões continentais de nosso país, é imprescindível que cada estado crie sua rede de enfrentamento para elevarmos a barreira sanitária e resposta a esse tipo de emergência no âmbito nacional. O momento é agora”, disse Mirella.
O Fórum reuniu cerca de 400 pessoas entre especialistas, estudantes, produtores e profissionais da avicultura com a proposta de promover uma imersão no tema com a presença de representantes das áreas da agricultura, meio ambiente e saúde.