A Aiuká foi acionada para o resgate de uma garça-vaqueira (Bubulcus ibis) encontrada em uma unidade marítima no Rio de Janeiro, por um cliente do setor de Exploração e Produção (E&P). A ave havia sido observada frequentando o local e, com orientações da equipe da Aiuká, os funcionários a capturaram e a colocaram em uma caixa de transporte. O animal foi transportado no dia seguinte, via aeronave, até o Aeroporto de Macaé, onde a equipe de prontidão já o aguardava.
Ao chegar no Centro de Reabilitação da Aiuká em Rio das Ostras (COP Aiuká RJ), a ave foi atendida em área isolada, como prevê as orientações do Plano de Prevenção e Controle da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), para cumprir o período estabelecido em observação.
Ao ser avaliada, apresentou-se alerta, ativa, responsiva, magra, com sinais de anemia e presença de óleo no bico, patas, assim como nas pontas das penas das asas e cauda.
A garça recebeu o suporte necessário e foi elaborado um protocolo de tratamento individual com reposição e suplementação na alimentação, além de medicamentos para combater o quadro anêmico. A radiografia e o hemograma auxiliaram a equipe médica a acompanhar o estado clínico geral da ave.
Assim que foi estabilizada, após alguns dias, foi submetida a uma lavagem para remoção do óleo de seu corpo.
Por fim, seu quadro clínico melhorou progressivamente e, então, foi realizada biometria e anilhamento.
A ave foi liberada na região da Lagoa de Itapebussus – Rio das Ostras/RJ. Ela saiu da caixa de transporte logo assim que foi aberta. Permaneceu durante um tempo na areia, mas logo alçou um lindo voo, demonstrando ótimo desempenho.
Saiba mais sobre a Garça-vaqueira
Conhecida também como garça-carrapateira, essa ave possui uma impressionante longevidade de 15 anos.
Originária da África, a garça chegou ao continente americano recentemente, sendo registrada pela primeira vez no Brasil em 1965. É altamente adaptável, ocupando diversos ambientes, como savanas, pastagens, margens de corpos d’água, áreas agrícolas e até mesmo ambientes urbanos.
Durante o período reprodutivo, adquire uma plumagem reprodutiva, e é facilmente identificada pela coroa, peito e costas de cor laranja. Seu bico se torna laranja-avermelhado com a ponta amarela, e as pernas ficam rosadas. Já fora da época de reprodução, sua plumagem é completamente branca, o bico é amarelo e as pernas têm uma coloração esverdeada bem escura.
É uma garça insetívora, mas também se alimenta de moluscos, crustáceos, anfíbios, pequenos répteis, cobras, pequenos pássaros e roedores. Quase sempre a vemos acompanhando o gado (daí seu nome popular) se alimentando das moscas e carrapatos presentes no dorso desses animais.